Destroying
an Oasis
by Marie Sztana
DESTRUINDO UM OÁSIS
por Marie Sztana
eng
How mass consumption of water in the fashion industry effects the environment.
Fashion – a water guzzling industry
Coming from Ireland I have experienced my fair share of rain. Where I come from, water is one of those resources you don’t really think about. You turn on the tap and it’s there, you drink, cook, clean and make tea - in my case you make a lot of tea. Water falls from the sky and when it does, we complain, a lot. When we look at a standard cotton shirt most of us don’t think about water. Fact is that a single cotton shirt takes three thousand litters of water to produce. The fashions industry uses the third largest amount of water globally, surpassed only by the oil and paper industry. An estimated 79 billion cubic metres of water goes into producing fashion every year. Whatever for? - you may think. But consider the different stages of production; from growing the materials used in our garments, dying the fabric, adding design features, all those steps required before we pick the final product off the shelf at a clothing store. And cotton is an especially thirsty fibre. It takes a whopping 10.000 litres of water for one kilo of cotton. To put this amount into perspective, think about the clothes you own, currently neatly folded in your wardrobe. How much of it is cotton? 90 per cent of natural fibres used in the fashion industry is cotton. But don’t take my word for it. The Aral Sea in Kazakhstan shows the devastating impact the fashion industry has on the planet. It is a visual reminder of the effect of water use in fashion.
The vanished oasis
What used to be a little oasis enjoyed by locals and sustaining the local fishing industry has turned into a desert wasteland unsuitable for growing crops and providing food for the locals. The Aral Sea is located in Asia on the boarder of Kazakhstan and Uzbekistan. It used to be the fourth largest saltwater lake in the world. It is now only a 10th of its size. What happened to the beautiful lake which provided a home to wildlife and was a popular swimming destination for locals? In the 1950s, the Aral Sea belonged to the Soviet Union and the Soviet government decided to develop the surrounding land for agriculture, mainly cotton farming. The engineers in charge decided to use the main rivers, the Amu Daria and the Sir Daria, to irrigate the land drawing away the water that fed the Aral Sea. Irrigation is the artificial process of extracting water and using it for agriculture. In this case, the process was rushed and badly executed and as result drew too much water from the two rivers. Two decades later, in 1980, production engineers realised that only 10% of the water was now flowing into the lake. The Aral Sea was just a sad reminder of its former self, depleted and dried out.
Too late for help?
However, not all lost is lost. In the 1990’s the World Bank stepped in and funded a project to save what was left of the Aral Sea in Kazakhstan. They build a dyke, the Kokaral dam, across the narrow channel that connects the North Aral Sea with its neighbour to the south. The aim was to reduce the amount of water spilling into the south Aral Sea. When the project was completed in 2005, it was possible to restore the north Aral Sea to the extent that the fishing industry in Kazakhstan could be restarted.
The way forward
Globally, 50% of land under cotton cultivation is artificially irrigated. The remaining half is rain fed. But this comes with its own problems: fluctuating rain levels can lead to variation in fibre quality. Even with clear evidence of the damaging effects off mass irrigation, major labels are still ignoring the warning signs and continue production as usual and using unsustainable cotton. But there are companies which are committed to finding innovative ways to reduce their water use and take steps towards a more sustainable future. This includes growing sustainable cotton, finding new materials that require less water to grow, introducing water filtration systems and taking steps towards a more circular economy. Environmental benefits aside, there is also a clear economic argument for limiting and controlling water use. With water becoming a scarce resource, its value will increase and it will become more expensive. Using less water will, therefore, be a cost advantage.
The power of the consumer – you!
A conscious consumer can make a big difference. Whether it‘s reducing your clothing consumption or buying clothes second hand to minimise their environmental impact, or supporting companies with sustainable goals and designs – as a consumer you have the power to initiate and support change. So, next time you pick up a cotton shirt, just think about the resources that went into it and the people your purchase may be affecting.
References/ Resource used
https://www.commonobjective.co/article/the-issues-water
https://www.wearewater.org/en/the-aral-sea-the-difficult-return-of-water_322871
https://www.bbc.com/future/article/20180719-how-kazakhstan-brought-the-aral-sea-back-to-life
Kate Fletcher- Fashion & Sustainability designing for change
Exhibition: Fashion from nature exhibition - V&A
pt
Como o consumo em massa de água na indústria da moda afecta o meio ambiente.
Moda - uma indústria que consome água
Sendo da Irlanda, estou habituada à chuva, já tive a minha dose. De onde eu venho, a água é um desses recursos em que realmente não pensas. Abres a torneira e ela está lá, podes beber, usar para cozinhar, limpar e fazer chá - no meu caso, para fazer muito chá. A água cai do céu e, quando cai, reclamamos muito. Quando olhamos para uma camisola de algodão comum, a maioria de nós não pensa em água. O fato é que uma única camisola de algodão leva três mil litros de água para produzir. A indústria da moda é a terceira maior consumidora de água do mundo, superada apenas pela indústria do petróleo e do papel.
Estima-se que 79 biliões de metros cúbicos de água entram na produção de moda todos os anos. Para quê? - podes pode pensar. Mas considera as diferentes etapas da produção; desde o cultivo dos materiais usados nas nossas roupas, o tingimento do tecido, a adição de detalhes de design, todas as etapas necessárias antes de escolhermos o produto final na prateleira de uma loja de roupas. E o algodão é uma fibra especialmente sedenta. São necessários 10.000 litros de água por um quilo de algodão. Para colocar esse valor em perspectiva, pensa nas roupas que possuis, que estão agora cuidadosamente dobradas no teu roupeiro. Quantas delas são de algodão? 90% das fibras naturais usadas na indústria da moda são algodão. Mas não aceites só a minha palavra em relação a isto. O Mar de Aral, no Cazaquistão, mostra o impacto devastador que a indústria da moda tem no planeta. É um lembrete visual do efeito do uso da água na moda.
O oásis desaparecido
O que costumava ser um pequeno oásis desfrutado pelos habitantes locais e que sustentava a indústria pesqueira local transformou-se num terreno baldio de deserto inadequado para o cultivo de colheitas e fornecimento de alimentos para os habitantes locais. O Mar de Aral está localizado na Ásia, na fronteira do Cazaquistão e Uzbequistão. Era o quarto maior lago de água salgada do mundo. Agora é apenas um décimo do seu tamanho. O que aconteceu com o belo lago que abrigava a vida selvagem e era um destino popular de natação para os habitantes locais? Na década de 1950, o Mar de Aral pertencia à União Soviética e o governo soviético decidiu desenvolver a terra circundante para a agricultura, principalmente o algodão. Os engenheiros encarregados decidiram usar os principais rios, o Amu Daria e o Sir Daria, para irrigar a terra, desviando a água que alimentava o mar de Aral. A irrigação é o processo artificial de extrair água e usá-la na agricultura. Nesse caso, o processo foi apressado e mal executado e, como resultado, extraiu muita água dos dois rios. Duas décadas depois, em 1980, os engenheiros de produção perceberam que apenas 10% da água estava a fluir para o lago. O Mar de Aral era apenas um triste lembrete do seu antigo esplendor, esgotado e seco.
Tarde demais para obter ajuda?
No entanto, nem tudo está perdido. Nos anos 90, o Banco Mundial interveio e financiou um projecto para salvar o que restava do Mar de Aral no Cazaquistão.
Eles construíram um dique, a barragem de Kokaral, do estreito no canal que liga o mar de Aral do Norte ao seu vizinho no sul. O objetivo era reduzir a quantidade de água derramada no mar de Aral, no sul. Quando o projecto foi concluído em 2005, foi possível restaurar o norte do Mar de Aral, de tal forma que a indústria pesqueira do Cazaquistão pode ser reiniciada.
O caminho a seguir
Globalmente, 50% das terras cultivadas com algodão são irrigadas artificialmente. A metade restante é alimentada por chuva. Mas isso traz os seus próprios problemas: níveis flutuantes de chuva podem levar a variações na qualidade da fibra. Mesmo com evidências claras dos efeitos prejudiciais da irrigação em massa, os principais marcas ainda ignoram os sinais de alerta e continuam a produção como de costume e usam algodão insustentável. Mas existem empresas comprometidas em encontrar maneiras inovadoras de reduzir o uso da água e tomar medidas em direcção a um futuro mais sustentável. Isso inclui cultivar algodão sustentável, encontrar novos materiais que exijam menos água para crescer, introduzir sistemas de filtragem de água e tomar medidas para uma economia mais circular. Além dos benefícios ambientais, há também um argumento económico claro para limitar e controlar o uso da água. Com a água a tornar-se um recurso escasso, o seu valor aumentará e ficará mais caro. Usar menos água será, portanto, uma vantagem nos custos.
O poder do consumidor - tu!
Um consumidor consciente pode fazer uma grande diferença. Seja reduzindo o consumo de roupas ou comprando roupas em segunda mão para minimizar o impacto ambiental ou mesmo apoiando empresas com objetivos e designs sustentáveis - como consumidor, tu tens o poder de iniciar e apoiar mudanças. Portanto, da próxima vez que escolheres uma camisola de algodão, pensa nos recursos que foram utilizados e nas pessoas que a tua compra pode estar a afectar.
Referências/ Recursos usados
https://www.commonobjective.co/article/the-issues-waterhttps://www.wearewater.org/en/the-aral-sea-the-difficult-return-of-water_322871https://www.bbc.com/future/article/20180719-how-kazakhstan-brought-the-aral-sea-back-to-life
Kate Fletcher- Fashion & Sustainability designing for change
Exposição: Fashion from nature exhibition - V&A